O DISCURSO DA RESISTÊNCIA MOSSOROENSE AO ATAQUE DE LAMPIÃO: TRAJETOS DA MEMÓRIA E DO SENTIDO
Palavras-chave:
Discurso. Memória. Resistência. Mossoró. Lampião.Resumo
Na cidade de Mossoró, diversas práticas sustentam um discurso memorialista em torno da resistência da cidade ao ataque do cangaceiro Lampião, no ano de 1927. Neste artigo, apresentamos fragmentos da análise empreendida com o objetivo de descrever o funcionamento dessa discursividade, problematizando seus mecanismos, estratégias e efeitos na dispersão dos enunciados na cultura local. A Resistência, tomada como acontecimento discursivo, foi estudada do lugar teórico-metodológico da análise do discurso francesa, evidenciando a análise uma série de regularidades discursivas, interdiscursividades e efeitos de sentido que marcam o funcionamento histórico e semiológico do discurso da Resistência como prática atravessada por diversas relações de saber e de poder. Além disso, a análise discursiva dessa reminiscência da passagem de Lampião em Mossoró possibilitou compreender essa narrativa em sua gênese e nas repetições e transformações da memória, evidenciando como este discurso tem organizado diversas instituições, grupos e lugares enunciativos, marcando a centralidade dessa memória na política, cultura e economia locais.
Edgley Freire Tavares é Doutor em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Docente no Departamento de Letras Vernáculas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Campus Central. Membro do GEDUERN - Grupo de Estudos do Discurso da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Desenvolve pesquisas em análise do discurso de perspectiva francesa, com foco no discurso urbano, no discurso publicitário e no discurso estético.
Artigo submetido para avaliação em 21/11/2016; publicado em 16/12/2016.