DEGRADAÇÃO IN VITRO DE FIOS DE ELEVAÇÃO DE POLIODIOXANONA (DOP) EM ÁCIDO HIALURÔNICO (HA).

Resumo

Antecedentes: Recentemente, alguns clínicos propuseram implantar roscas PDO embebidas em ácido hialurônico (AH). No entanto, isso é controverso, uma vez que as suturas PDO são hidrofílicas e a presença de HA pode aumentar a taxa de hidrólise. Objetivo: Demonstrar a degradação dos fios de levantamento de DOP no AH através da ultramicroscopia. Materiais e métodos: Três segmentos, de 1 cm de comprimento, de fios 23G PDO, onde foram imersos em 1,5 ml de ácido hialurônico não reticulado em tubos de microcentrífuga estéreis previamente rotulados. Estes foram observados por ultramicroscopia a 4x e 10x após 24, 48 e 72 horas. Resultados: Microfotografias realizadas após 24 horas já mostram alterações estruturais nas fibras, apresentando aumento nos espaços interlaminares e diluição da pigmentação violeta. Às 48 horas, a degradação continua. A higroscopia de DOP é observada como conteúdo aquoso entre as camadas periféricas e o núcleo central do fio. Algumas fibras mostram quebra e há um aumento nos espaços interlaminar e interfibrilar. Às 72 horas, à medida que o pigmento é liberado, maiores espaços vazios são observados na coluna central do fio, e há desorganização das fibras periféricas com desgaste ao longo de toda a fibra. Conclusões: O ácido hialurônico induz a rápida biodegradação do fio PDO por hidrólise a partir de 24 horas após o contato do fio com o biomaterial. Nossa hipótese é que o ácido hialurônico não reticulado é um poderoso agente catalisador para a degradação hidrolítica do fio PDO, uma vez que este fio é altamente hidrofílico. Assim, sugerimos que a inclusão clínica de fios PDO com HA apenas acelere a biodegradação da sutura.

Palavras-chave: Fios de elevação, polidioxanona, ácido hialurônico, biodegradação, hidrólise de DOP