Epidemiological profile of postoperative digestive fistulas

Resumo

Justificativa e objetivos: As fístulas gastrointestinais são comunicações anômalas entre o sistema digestório e outras estruturas. Este artigo apresenta o perfil epidemiológico de pacientes que desenvolveram fístulas abdominais no pós-operatório e seus desfechos. Métodos: Estudo transversal que avaliou procedimentos cirúrgicos realizados no período de 25 semanas e que apresentavam risco para formações fistulosas. Foram analisados ??idade, tipo de cirurgia (eletiva ou urgente), fatores de risco pré-existentes, necessidade de unidade de terapia intensiva pós-cirúrgica, tipo de fístula, reoperações para tratamento da fístula e desfecho (alta ou óbito). Resultados: Foram realizados 1.785 procedimentos cirúrgicos abdominais, com incidência de fístula de 1,8%. A maioria dos pacientes que desenvolveram fístulas tinham mais de 60 anos (71,4%) e as cirurgias que resultaram em complicações fistulosas foram principalmente de urgência (75,0%), com necessidade de unidade de terapia intensiva em 46,9%. Os tipos de fístula mais frequentes foram enteral (52,3%) e biliar (23,8%), e o tratamento cirúrgico ocorreu em 53,1% dos casos. A alta hospitalar tardia foi predominante nesses pacientes (40,6%) e a taxa de óbito foi de 3,1%. Discussão: Essas complicações são comuns após cirurgias abdominais e requerem atenção clínica. Existe uma correlação entre a formação das fístulas e os procedimentos cirúrgicos de urgência, impactando diretamente no tempo de internação. Conclusão: Os fatores de risco para o desenvolvimento de fístulas são a idade avançada e a presença de doença maligna. Elas são mais prevalentes em cirurgias de urgência e os pacientes têm maior probabilidade de necessitar de reoperação e atrasar a alta.