Comparação entre bloqueio do plano eretor da espinha e bloqueio de nervos intercostais em pacientes submetidos a cirurgias torácicas vídeo assistidas: estudo piloto.
DOI:
https://doi.org/10.20398/jscr.v15i1.35450Palavras-chave:
Cirurgia torácica videoassistida, Qualidade de recuperação, Bloqueio do plano eretor da espinha, Bloqueio intercostal, estudo pilotoResumo
Introdução: A cirurgia torácica vídeo-assistida é uma técnica bem difundida e estabelecida
para o tratamento de doenças pulmonares. Ela é considerada menos invasiva do que a
toracotomia aberta convencional e, por conta disso, proporciona menos dor, menor
comprometimento da função pulmonar e da cintura escapular. Existem várias opções para
analgesia em cirurgias torácicas e a escolha do método anestésico varia de acordo com a
preferência pessoal do anestesista. Objetivo: Avaliar a qualidade de recuperação pós-
anestésica de pacientes submetidos a cirurgias torácicas de ressecção pulmonar vídeo-
assistidas, que receberam analgesia através de bloqueio eretor da espinha ou de bloqueio de
nervos intercostais, através da aplicação do questionário Qor-15, 24 horas após a anestesia.
Método: Trata-se de um projeto piloto de um ensaio clínico randomizado desenvolvido com
pacientes submetidos a cirurgias de ressecção pulmonar no Hospital Universitário Onofre
Lopes (HUOL). Nele 18 pacientes foram analisados em dois grupos: um (10 pacientes)
recebeu analgesia através do bloqueio intercostal (INT block) e outro (08 pacientes)
submetido ao bloqueio do plano eretor da espinha (ESP block). Como desfecho primário,
avaliamos a qualidade da recuperação pós anestesia entre os diferentes bloqueios através do
questionário QoR-15, aplicado 24 horas do término da anestesia. Como desfechos
secundários, foi contabilizado o consumo de equivalentes de morfina em mg/kg nas primeiras
24 horas e a intensidade de dor por meio de EVN (0 para ausência de dor e 10, pior dor
imaginável) nos tempos 1, 3, 6, 12 e 24h após término da anestesia, em repouso e após
inspiração profunda. Resultados: Não houve diferença na qualidade anestésica avaliada
através da aplicação do questionário QoR-15 entre os grupos ESP e INT. Além disso, não
houve discrepância significativa na dose do fentanil no intraoperatório, na escala visual
numérica (EVN) em repouso e movimento e consumo de equivalente de morfina nas 24 horas
após procedimento cirúrgico. Discussão: Os resultados do nosso estudo sugerem resultados
semelhantes em relação a analgesia e recuperação pós-anestésica em pacientes submetidos a
cirurgias torácicas de ressecção pulmonar vídeo-assistidas, evidenciando que o bloqueio do
eretor da espinha pode fornecer analgesia semelhante ao bloqueio intercostal. Existem várias
opções para analgesia em cirurgias torácicas e a escolha do método anestésico varia de acordo
com a preferência pessoal do anestesista. Deve-se enfatizar também que este é um estudo
piloto e não foi concebido ou desenvolvido para fornecer inferência clínica, servindo como guia e alicerce para o embasamento de planos terapêuticos e práticas clínicas mais assertivas
durante pesquisas futuras. Conclusão: É evidente a importância dos bloqueios nervosos para o manejo da dor em pacientes submetidos à cirurgia torácica assistida por vídeo (VATS). No entanto, os resultados do estudo devem ser considerados levando em conta suas limitações, o que impede conclusões definitivas sobre a superioridade ou inferioridade das técnicas. Há uma necessidade de estudos maiores e multicêntricos para avaliar com precisão a significância clínica e estatística desses achados.
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