Homens em Bordéis Hommo-sexualité na comercialização do sexo no Rio de Janeiro
Resumo
Poucas pesquisas realizaram observações sobre os clientes masculinos deprostitutas. Apesar disso, um consenso parece existir entre as feministas
(e entre muitos cientistas sociais) de que o que os homens fazem em
bordéis pode ser reduzido à “objetificação das mulheres” ou mesmo à
“exploração sexual”. O presente artigo, baseado em treze anos de pesquisa
etnográfica nos bordéis do Rio de Janeiro por dois pesquisadores (uma
mulher negra carioca e um gringo branco), procura desafiar essa visão
ao descrever os comportamentos normativos de homens e mulheres
em bordéis. Acreditamos que os estudos existentes dependem muito de
uma visão relativamente simplista da “dominação masculina” na compreensão
do que se passa nos bordéis. Tomando emprestado o conceito
de hommo-sexualité da estudiosa feminista belga Luce Irigaray (1973),
argumentamos que esses espaços são mais bem compreendidos como
palcos sobre os quais os homens promulgam e renovam os desempenhos
de uma sexualidade centrada no masculino para um público principalmente
masculino. As mulheres atuam nestes minidramas: sua imanência
como agentes é parte necessária dessa mise-en-scène. As ações e o consentimento
das mulheres são cruciais, pois reafirma a centralidade – a
própria (in)diferença – da sexualidade masculina.
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Publicado
29-01-2018
Como Citar
BLANCHETTE, T.; SILVA, A. P. da. Homens em Bordéis Hommo-sexualité na comercialização do sexo no Rio de Janeiro. Bagoas - Estudos gays: gêneros e sexualidades, [S. l.], v. 11, n. 17, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/bagoas/article/view/13520. Acesso em: 4 dez. 2024.
Edição
Seção
Dossiê