CHAMADA - DOSSIÊ "Contribuições para uma crítica da montagem capitalista-patriarcal-colonial"

03/14/2024

REVISTA CRONOS – CHAMADA PARA O ENVIO DE ARTIGOS - até 31/5/2024

DOSSIÊ “Contribuições para uma crítica da montagem capitalista-patriarcal-colonial”

Coordenação: Julia Expósito (UNR/UNER/CONICET) e Emiliano Sacchi (UNCO/CONICET)

expositojulia@gmail.com

emiliano_sacchi@yahoo.com

Nos últimos anos, a relação entre capitalismo e patriarcado tem estado no centro das discussões teóricas e políticas. Ao mesmo tempo, as relações entre capitalismo e racismo, assim como entre capitalismo e colonialismo, que têm uma longa história de lutas e pesquisas em diferentes geografias globais, ganharam mais uma vez centralidade. Os estudos sobre sexo, raça e classe e a perspectiva da interseccionalidade têm-nos permitido compreender como estas dimensões atravessam as nossas sociedades. Atualmente e na nossa região, os feminismos decoloniais e anti-racistas e as críticas à colonialidade têm discutido como as relações de poder patriarcais e coloniais, a lógica da exploração, a acumulação de capital e as formas de subjectividade estão profundamente interligadas. Abordar estas discussões, aprofundando-as, a partir de diversos quadros teóricos, de experiências políticas, das mais variadas práticas ou de estudos empíricos é, em termos gerais, a vocação deste dossiê.

Ler a relação entre colonialismo, racismo, patriarcado e capitalismo não significa apenas debater a euro e andro-centrada historicização etapista e evolucionista do capital, mas também propor ferramentas para uma teoria materialista da montagem capitalista-patriarcal-colonial que dê conta da forma como as hierarquias sexo-gênericas, raciais e coloniais são coproduzidas e compostas nos múltiplos tempos e espaços do capital.

 

Para isso, neste dossiê propomos um conjunto de possíveis abordagens para este problema. Em primeiro lugar, começamos por compreender o capitalismo com base no seu desenvolvimento desigual, diferencial, complexo, multidimensional e não como um sistema económico restrito. Procuramos abrir o debate sobre a especificidade das relações capitalistas questionando a centralidade da reprodução ampliada e do suposto padrão de trabalho assalariado (masculino, branco, de setores industriais). Tanto diante das múltiplas formas de trabalho não assalariado, servil , informal, comunitário e reprodutivo, quanto face às formas de acumulação através da espoliação e dos métodos violentos de extracção de valor. Neste quadro, consideramos oportuno interrogarmo-nos sobre a questão da reprodução, sobre a produção social da diferença e das subjetividades, sobre a constituição heteropatriarcal, racista e colonial do capitalismo. A partir de tais indagações, esperamos receber contribuições que:1.     Recuperem as discussões teóricas contemporâneas em torno das diferentes formas de montagem entre capitalismo, colonialismo e patriarcado.2.     Analisem os problemas epistemo-metodológicos que a intersecção de tais perspectivas implica.3.     Realizem investigações empíricas históricas ou atuais a partir de noções ou categorias produzidas no calor dessas intersecções.4.     Explorem as vantagens de analisar de forma situada a montagem capitalista-patriarcal-colonial e seus componentes cis-hetero-sexistas e racistas.

Os artigos deverão ser enviados sem identificação de autoria através da plataforma da revista (https://periodicos.ufrn.br/cronos) em espanhol ou português. Não poderão ultrapassar AS nove mil palavras e deverão atender as normas da revista.

Em caso de dúvidas, entrar em contato com o editor da revista: cronosppgcs@gmail.com