(Des)Orientalização, (Des)Colonização, (Des)Territorialização: diálogos entre o Brasil e a Índia no Pós-Guerra
Resumo
Entre o início e meados do século XX, entre as duas grandes guerras, e como resultado delas, houve uma mudança ideológica em relação às culturas/sociedades tradicionais e ancestrais, não ocidentais e “periféricas”.
Dessa forma, artistas, intelectuais e ativistas se voltaram ao legado dos povos
tradicionais, tais como a tradição judaica, a do paganismo europeu, a indígena e
afro-brasileira, assim como a literatura filosófica e ritualística da Índia antiga,
como uma forma de erradicar o preconceito e de apreender conhecimento,
uma vez que as conquistas tecnológicas, apesar de preciosas, levaram às guerras. O objetivo deste trabalho é aproximar três personalidades, quais sejam, Cecília Meireles (1901-1964), Rabindranath Tagore (1861-1941) e Mahatma Gandhi (1869-1945), e analisá-las em diálogo, em pensamento e em trânsito, entre o caos e, um dos seus frutos, o otimismo, vigentes na primeira metade do século XX, com o intuito de apreender parte da inquietação intelectual e suas propostas e atitudes para amenizar tantos males, entre o orientalismo e a desorientalização, o colonialismo e a descolonização, e, por fim, a territorialidade e a desterritorialização.