Corpos marcados: A intersexualidade como (des) encaixes de gênero
Resumo
O artigo versa sobre a produção do dispositivo da intersexualidade, compreendendo o sujeito intersex a partir da categoria de gênero. Nesse caso, seus corpos são marcados pela heteronormatividade, que designa normas, regras e, consequentemente, verdades em torno da apresentação social de gênero. O objetivo desse artigo é elaborar uma reflexão em torno das relações produtoras do sexo/gênero/desejo, as quais incidem sobre os sujeitos sociais normas e regras que governam esses domínios. Assim como pensar a maneira como essa tríade age através do indivíduo intersexuado. Foi utilizada a obra cinematográfica argentina XXY (2008) da cineasta Lúcia Puenzo, com o intuito de pensar, descrever e analisar tais domínios em torno da construção dos corpos e das subjetividades de sujeitos intersexuados. O trabalho se deu através do processo de reflexão em torno dos conceitos e teorias de autores como Michel Foucault, Beatriz Preciado, Judith Butler, Fredric Jameson, Paula Sandrine dentre outros, em acordo com a obra analisada.