A mentira como organizador social
Resumo
Partindo do conceito de ilusão e m Freud, o autor mostra que elas funcionam com uma argamassa para as construções sociais: o que sustenta uma comunidade e a ilusão de sermos amados e protegidos por um ser superior e imparcial que ama a todos da mesma forma. Para o autor, caso esta ilusão falhe, as leis não são mais respeitadas, e a luta de todos contra todos passa a imperar. O trabalho de cultura não se sustenta mais, e a pulsão de morte ganha o primeiro plano. A partir destas considerações, o texto discute a questão da ilusão na obra freudiana, o estatuto da mentira como organizador social, e como ilusão e mentira se apresentam no mundo contemporâneo e, suas participações nos processos de subjetivação. Para o autor, quando a mentira toma o lugar da ilusão, a possibilidade de soluções sociais perversas torna-se uma ameaça para a manutenção do laço social.