VOZES DA TRADIÇÃO NA POÉTICA DE AUTA DE SOUZA
Palavras-chave:
Poesia norte-rio-grandense. Poética de Auta de Souza. TradiçãoResumo
A obra poética de Auta de Souza (1876-1901), ainda que restrita a um só volume publicado, tem obtido aprovação pública e reconhecimento da crítica especializada local e nacional. Esses dois movimentos, o do público leitor e o da crítica literária, têm se mantido constante, desde a primeira edição do volume, na passagem entre os séculos XIX e XX, até as edições mais recentes, em final do século XX e início do séc. XXI. Pretende-se, neste estudo, problematizar as relações dialógicas estabelecidas entre a poética autiana e as vozes sociais da tradição. Quanto ao aporte teórico-metodológico, a análise ancora-se em concepções de Bakhtin (2003, 1988), como enunciado concreto, tonalidade dialógica, forças sociais centrípetas e forças sociais centrífugas. As conclusões deste estudo apontam para a constituição, na poética de Auta de Souza, de perspectivas ratificadoras da coerção social centrípeta, como a apropriação da visão religiosa cristã católica e a apropriação dos modos de dizer sancionados pela tradição da lírica brasileira oitocentista.
João Maria Paiva Palhano é professor do Departamento de Letras da UFRN, com doutorado na área de concentração em Linguística Aplicada (Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem - PPgEL/UFRN). É também professor de Língua Portugeusa do IFRN. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Leitura e Produção de Textos e em Estilística.