JOANNA: UMA ESCRAVA QUE TEVE SEUS BENS INVENTARIADOS NA VILLA DO JARDIM (1865), NA RIBEIRA DO SERIDÓ, PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DO NORTE
uma escrava que teve seus bens inventariados na Villa do Jardim (1865), na Ribeira do Seridó, província do Rio Grande do Norte
Resumo
O presente artigo tem por objetivo estudar a trajetória de vida da escrava Joanna, que viveu na Villa do Jardim, atual Jardim do Seridó (RN), e que construiu um patrimônio de bens materiais que foram arrolados em um inventário post mortem requerido pelos proprietários de seus herdeiros. Assim, como documentação a ser analisada ao longo do artigo, temos o termo de óbito, elaborado pelo vigário Francisco Justino Pereira de Brito, e o inventário dos bens, registrado pelo tabelião Luiz de Magalhaes Cirne, escrivão, a pedido dos senhores José Martins de Medeiros e José Firmino de Azevedo, proprietários dos escravos herdeiros. Embora saibamos que esses documentos foram escritos por outras pessoas, e não pela própria escrava, e elaborados após sua morte, a análise dessa documentação, no entanto, pode revelar alguns “rastros” da experiência de vida e das racionalidades e dos sentimentos dessa mulher, escrava, solteira, mãe de nove filhos e de três netos, todos escravos, assim como a mãe, e que, durante sua trajetória de vida, adquiriu bens para si e seus descendentes. Para o estudo dessas fontes, utilizaremos a perspectiva metodológica proposta por Carlo Ginzburg, que visa a entender a fonte como sinais a serem desvendados, indícios que, problematizados, revelam situações da experiência escrava no sertão do Seridó, na província do Rio Grande do Norte.
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