SECAS COLONAIS. A escassez de alimentos e o Senado da Câmara de Natal no final do século XVIII
Resumo
Era de responsabilidade das Câmaras Coloniais regularem o abastecimento de víveres em sua jurisdição, atendendo, através de suas posturas, as necessidades alimentícias de sua população. Porém, através de pesquisa empírica nos acervos documentais do IHGRN, foi constatado que o abastecimento na cidade do Natal durante o século XVIII nem sempre era efetivado de forma satisfatória, tendo em vista problemas de ordem externa e interna, como as obrigações com as demais capitanias e o poder régio, os descasos da administração pública, fatores de ordem natural e o descumprimento das posturas por parte da população. Tais situações podem estar relacionadas ao fato de Natal, sede do governo da Capitania, passam, a partir de meados do século XVIII, a sofrer mudanças rápidas com o crescimento demográfico e a expansão do espaço citadino. Este trabalho visa relacionar os períodos de estiagem vividos na Capitania do Rio Grande do Norte no período de 1770 a 1800 e o abastecimento de gêneros alimentícios de primeira necessidade em Natal. Esse problema de ordem natural levava a Câmara a intervir diretamente sobre a vida econômica da população, obrigando-a a trazer os produtos de sua economia de subsistência para serem comercializados em praça pública, sob pena de condenação e multa.
Palavras-chave: Natal colonial, períodos de estiagem, abastecimento