VARIABILIDADE ESPAÇO-TEMPORAL DA PERDA DE SOLO POR MEIO DO MÉTODO EUPS NO ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL

Resumo

Os estudos de modelagem espaço-temporal da erosão hídrica constituem importantes ferramentas ao planejamento e gestão sustentável de territórios. De modo que a literatura científica está repleta de aplicações de modelos físicos e conceituais empregados na estimativa de processos erosivos; onde a Equação Universal de Perda do Solo - EUPS/USLE (WICHMEIER; SMITH, 1978) constitui o modelo mais amplamente utilizado, pela sua relativa facilidade de execução. No Brasil, esse modelo tem sido geralmente aplicado a pequenas bacias hidrográficas, sendo mais escassos os trabalhos envolvendo grandes áreas de estudo. Desse modo, o objetivo do presente trabalho é caracterizar a capacidade de perda de solo no estado do Amazonas, utilizando como recorte temporal os anos de 1985, 1995, 2005, 2015 e 2020. Como materiais, utilizaram-se o Modelo Digital de Elevação Terrestre MODIS - MODDEM1KM (NASA, 2019), a classificação de solos da CPRM (2015) e o mapeamento de uso e ocupação de solos do projeto MapBiomas (2022), Coleção 7. Todo o processamento dos dados foi executado no software livre de geoprocessamento QGIS. Como resultados principais, obteve-se valores médios de EUPS calculado para todo o Estado do Amazonas de 2147.33 ton. ha. ano^-1 em 1985, 2171.82 ton. ha. ano^-1 em 1995, 2104.3 ton. ha. ano^-1 em 2005, 2110.38 ton. ha. ano^-1 em 2015 e de 2250.96 ton. ha. ano^-1 em 2020. Percebe-se um aumento da perda de solo em 6,7% no intervalo entre 2015 e 2020, em comparação aos demais períodos. Bem como, observa-se o aumento da supressão das áreas de cobertura florestal, aumento de áreas utilizadas para pastagem, cultivos agrícolas e mineração. A perda de solo também foi influenciada pela variação dos padrões de precipitação ao longo do tempo. Desse modo, infere-se que o modelo EUPS constitui uma ferramenta de grande potencial para auxiliar no planejamento e gestão ambiental.