Evasão ou expulsão escolar de gays afeminados e travestis das instituições escolares e as vidas que não podem ser vividas
Resumo
O presente artigo é o resultado final da dissertação de mestrado que pesquisou o cotidiano familiar, escolar e social de seis travestis e transexuais da cidade de Sorocaba-SP. A pesquisa foi desenvolvida a partir de entrevistas semiestruturadas, inspirada na análise dos estudos foucaultianos e da teoria queer e percebeu que a escola é uma instituição disciplinar que cerceia os sujeitos, normatiza os corpos, interdita aqueles desviantes à norma e, sempre que necessário, impõe uma expulsão institucional indireta aos dissidentes de gêneros. Conclui-se, portanto, que estes dispositivos institucionais de marginalização e interdição dos corpos foram centrais em suas vidas, dificultando sua permanência nas escolas, com o intuito de que servissem como exemplos de comportamentos que não deveriam ser seguidos por outras pessoas.