Cisgeneridades precárias:
raça, gênero e sexualidade na contramão da política do relato
Resumo
Este artigo busca discutir o modo que os ativismos trans têm travado lutas contra uma leitura biologizante acerca do gênero. Para tanto, reconhece-se o uso político da categoria “cisgeneridade” a partir de anos recentes, mas compreende ao invés de uma conscientização, esse processo deu lugar também a um lugar de apontamentos. Ser cis, nesse contexto, passou a aparecer como sinônimo de ser privilegiado, mas essa é uma afirmação que só faz sentido conforme a cisgeneridade é (des)racializada e (des)sexualizada. Assim, propôs-se articulá-la com o conceito butleriano de “precariedade”, assumindo a possibilidade de se pensar em uma estrutura normativa em risco, tendo como aposta a composição de redes capazes de nos reconduzir a um movimento político pelo encontro, pela troca e pela diferença.