As tecnologias con(tra)ceptivas a partir de noções de pessoa: (des)construindo as significações de morte e vida

Resumo

O presente ensaio visa propor uma reflexão antropológica acerca das questões relativas
às tecnologias reprodutivas conceptivas e ao aborto a partir das noções de pessoa
levadas a cabo nas teorias sobre as sociedades ameríndias e as sociedades ditas
complexas. Partindo das questões éticas, jurídicas, políticas e religiosas que envolvem a
1 discussão atual a respeito da liberação das pesquisas com células-tronco bem como da
2 descriminalização do aborto , pretende-se demonstrar a importância de se pensar essas
polêmicas sob um ponto de vista cuidadoso, que considera diversas perspectivas
culturais e confere, por conseguinte, esclarecimentos que podem ser úteis a uma
discussão sensata e profícua. Assim, para fazer uma análise comparativa entre essas
sociedades – ameríndias e não índias –, apanhar-se-ão diferentes ideias que perpassam
a noção de ser humano, desde a concepção, a gestação, o parto até os cuidados após o
nascimento, morte e post mortem. (Des)construir-se-ão, destarte, as significações de
morte e vida.