Representações da transexualidade no cinema contemporâneo: diferenças e repetições
Resumo
Apresentam-se neste ensaio os resultados do projeto de pesquisa Cinema e educação: o
que pode o cinema?, desenvolvido no Centro de Educação da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. Utilizando uma perspectiva pós-estruturalista, tem como objetivo
cartografar as representações dominantes e repetidas da transexualidade construídas
pelos filmes: Priscilla (Austrália, 1994), Para Wong Foo (EUA, 1995), Lado Selvagem
(França/Bélgica/Reino Unido, 2004) e Transamérica (EUA, 2005), positivando o valor
diferencial e a singularidade do filme Lado Selvagem. Dentre as linhas de fuga
inventadas por Lado Selvagem, destacam-se: a linguagem híbrida entre ficção e
documentário, a indefinição de papéis, desejos e subjetividades das personagens e o
investimento na intensidade das relações. Esses deslocamentos em relação à defesa das
identidades de gênero possibilitam problematizá-las e nos fazem pensar em uma crítica
pós-identitária.