Mortalidade materna no Nordeste brasileiro
Resumo
Objetivou-se avaliar a mortalidade materna no Nordeste do Brasil na última década. Constitui-se de uma pesquisa documental, retrospectiva e descritiva com dados secundários do Sistema de Informação de Mortalidade do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, no período de 2008 a 2017. Demonstrou-se um total de 5847 óbitos no recorte temporal com ínfimo declínio nas taxas de mortalidade ano a ano. No tocante aos estados estudados, as maiores incidências foram na Bahia com 26,24% (n=1534), no Maranhão com 18,21% (n=1065) e no Pernambuco com 14,50% (n=848). No que concerne a faixa etária, o grupo etário de maior incidência foi de 20-29 anos com 40,91% (n=2392) das mortes. A raça parda e a baixa escolaridade foram significativamente declaradas. No que diz respeito as causas, as doenças relacionadas a gravidez, parto e puerpério contemplaram 98,58% (n=5764) dos casos. Sob esse viés, destacaram-se a hipertensão gestacional, eclampsia, hemorragia pós-parto e anormalidades da contração uterina. Portanto, infere-se que os indicadores de mortalidade materna apontam desigualdades regionais sendo indicado o aprimoramento da assistência à saúde da gestante durante o pré-natal, parto e puerpério visando minimizar a problemática materno-infantil nordestina.
Downloads
Referências
ALKEMA, L.; CHOU, D.; HOGAN, D.; ZHANG, S.; MOLLER, A. B.; GEMMILL, A. et al. Global, regional, and national levels and trends in maternal mortality between 1990 and 2015, with scenario-based projections to 2030: a systematic analysis by the UN Maternal Mortality Estimation Inter-Agency Group. The Lancet. 2016 Jan 30;387(10017):462-74.
BOTELHO, N. M.; SILVA, I. F. M. M.; TAVARES, J. R.; LIMA, L. O. Morte materna no estado do Pará: aspectos epidemiológicos. Rev Para Med, 2013; 27(1): 11-19.
DE ARAUJO FILHO, A. C.; DE ARAUJO, A. K.; ALMEIDA, P. D.; DA ROCHA, S. S. Mortalidade infantil em uma capital do nordeste brasileiro. Enfermagem em Foco. 2017 Apr 7;8(1):32-6.
DIAS, J. M. G.; OLIVEIRA, A. P. S.; CIPOLOTTI, R.; MONTEIRO, B. K. S. M.; PEREIRA, R. O. Mortalidade materna. Revista Med. Minas Gerais, 2015; 25(2): 173-179
FERRAZ, L.; BORDIGNON, M. Mortalidade materna no Brasil: uma realidade que precisa melhorar. Revista Baiana de Saúde Pública. 2013 Feb 14;36(2):527.
GUIMARÃES, T. A.; ROCHA, A. D.; RODRIGUES, W. B.; PASKLAN, A. N. Mortalidade materna no Brasil entre 2009 e 2013/maternal mortality in Brazil between 2009 and 2013. Revista de Pesquisa em Saúde. 2018 Feb 9;18(2).
LEITE, R. M. B.; ARAÚJO, T. V. B.; ALBUQUERQUE, R. M.; ANDRADE, A. R. S.; NETO, P. J. D. Fatores de risco para mortalidade materna em área urbana do Nordeste do Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2011: out 27(10).
MARTINS, A. C.; SILVA, L. S. Perfil epidemiológico de mortalidade materna. Revista Brasileira de Enfermagem. 2018;71:677-83.
MORSE, M. L.; FONSECA, S. C.; BARBOSA, M. D.; CALIL, M. B.; EYER, F. P. Maternal mortality in Brazil: what has the scientific literature shown in the last 30 years?. Cadernos de Saúde Pública. 2011 Apr;27(4):623-38.
OZIMEK, J. A.; KILPATRICK, S. J. Maternal mortality in the twenty-first century. Obstetrics and Gynecology Clinics. 2018 Jun 1;45(2):175-86.
SILVA,B.G.; LIMA, N. P.; SILVA, S. G.; ANTÚNEZ, S. F.; SEERIG, L. M.; RESTREPO-MÉNDEZ, M. C.; WEHRMEISTER, F. C. Mortalidade materna no Brasil no período de 2001 a 2012: tendência temporal e diferenças regionais. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2016;19:484-93.
SOUZA, J. P.; GÜLMEZOGLU, A. M.; VOGEL, J.; CARROLI, G.; LUMBIGANON, P.; QURESHI, Z. et al. Moving beyond essential interventions for reduction of maternal mortality (the WHO Multicountry Survey on Maternal and Newborn Health): a cross-sectional study. The Lancet. 2013 May 18;381(9879):1747-55.
SZWARCWALD, C. L.; ESCALANTE, J. J.; RABELLO NETO D. D.; SOUZA, J. P. R.; VICTORA, C. G. Estimation of maternal mortality rates in Brazil, 2008-2011. Cadernos de Saúde Pública. 2014;30:S71-83.
United Nations Population Fund. Rich mother, poor mother: the social determinants of maternal death and disability. New York: UNFPA; 2012.
VIANA, R. D.; NOVAES, M. R.; CALDERON, I. D. Mortalidade materna: uma abordagem atualizada. Comunicação em Ciências da Saúde. 2011:141-52.
VICTORA, C. G.; REQUEJO, J. H.; BARROS, A. J.; BERMAN, P.; BHUTTA, Z.; BOERMA, T. et al. Countdown to 2015: a decade of tracking progress for maternal, newborn, and child survival. May 14;387(10032):2049-59. The Lancet. 2016.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Trends in maternal mortality: 1990-2015: estimates from WHO, UNICEF, UNFPA, World Bank Group and the United Nations Population Division. World Health Organization; 2015.
Copyright (c) 2021 Nathália Miranda Feitosa Torres, Joellyson Lucas da Conceição dos Santos, Bruna Layra Silva, Pauliana Teixeira da Silva, Byatriz Oliveira Linhares, Antônio Lucas Farias da Silva, Maria Camila Leal de Moura

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.