Educação, cidadania e emancipação
Explorando as teses anti-utilitaristas de Anne-Marie Fixot
Resumo
Este artigo busca explorar as implicações sociológicas da afirmação de Anne-Marrie Fixot - autora de um dos textos deste número da revista - a respeito do fracasso da educação na França, apesar de esforços dos últimos governos. A importância desta afirmação resulta do fato de ser a escola republicana francesa considerada, até agora, um modelo para se pensar a escola pública no Brasil. A perspectiva do seu fracasso coloca, inegavelmente, alguns importantes desafios para os gestores públicos e para todos os setores sociais comprometidos com a escola pública e democrática no Brasil e na América Latina. Para aprofundar o tema, propomos, por um lado, um diálogo intelectual amplo, plural e transnacional que permita se fazer a crítica tanto da resistência das elites à adoção de um modelo de cidadania democrática, como dos prejuízos gerados pelas ideologias utilitaristas e neoliberais que legitimam a exclusão social a partir da escola. por outro lado, procuramos sistematizar alguns obstáculos que se apresentam para esta crítica com vistas a estruturar num outro plano teórico, as relações entre políticas públicas e cidadania democrática na educação.