Afetividade e gestão democrática na escola pública patrimonialista
Abstract
Com base em nossos estudos sobre as significações da afetividade numa escola pública, chegamos a conclusão de que a afetividade não é apenas uma manifestação da subjetividade, mas uma significação imaginária social, suporte do compadrismo e clientelismo, estabelecida por dádiva, que possibilita a manutenção de hierarquias e submissão. Este imaginário social se desenvolve e se realiza numa sociedade patrimonial. Numa abordagem etnográfica, investigamos, por mais de 1 ano, uma escola pública que vivencia eleição doreta para diretor há mais de 12 anos. Além disso, tomamos as reuniões organizadas pela direção da escola como rituais. Observamos que o carinho, as palavras e os gestos gentis efetivados, no cotidiano, pelos membros da escola investigada, não ocorrem nas reuniões de deliberação. Ao contrario, são usadas palavras agressivas e não-estimulantes à participação, negando assim, o carater afetivo no cotidiano.