O K-100 compartilhado: jovens, tecnologias e gestão da experiência migratória
Abstract
O uso da internet e das redes sociais virtuais como campo e/ou ferramenta de pesquisa é cada vez mais recorrente nas ciências sociais. No campo de estudos sobre as migrações internacionais, recentemente, alguns pesquisadores têm assinalado a importância destas ferramentas/campos que passam a ser encarados como parte dos fluxos contínuos entre as sociedades de origem e destino (Schrooten, 2009). No presente artigo, ainda que de forma exploratória, inicio uma discussão sobre a importância metodológica da internet e das redes sociais virtuais na realização de uma etnografia multisituada (Marcus, 1995) que percorreu os trajetos transnacionais de 26 jovens oriundos de uma cidade de pequeno porte do estado de Minas Gerais - Mantena - que vivem ou já viveram anteriormente em Portugal - Lisboa, em um bairro periférico nomeado como Cacém. Foi através da internet e das redes sociais virtuais que foi possível compreender o significado simbólico e material dessa imigração, a maneira como os projetos migratórios dos jovens são geridos, bem como, apreender a forma como os lugares e os “mundos possíveis” (Appadurai, 1996) são criados e compartilhados.