Entre novos paradigmas e velhas práticas: a convivência com o semiárido e a agricultura familiar no semiárido nordestino
Resumen
O presente artigo busca problematizar o cenário que envolve o paradigma da convivência com o semiárido na agricultura familiar do semiárido nordestino, a partir do município de Serra Talhada, marcado por um histórico político de coronelismo, clientelismo e banditismo, que ainda aparecem nas relações sociais com os agricultores. Nesse sentido pretendemos analisar as mudanças sociais e institucionais vivenciadas em Serra Talhada, a partir do discurso da convivência com o semiárido, acessado pelos agricultores familiares, agora organizados em associações e mediados por conselhos municipais. O discurso da convivência com o semiárido foi sendo ressignificado em uma conjuntura política “democrática e participativa” que fortaleceu uma lógica de organização social confrontando noções antagônicas que assumem uma materialidade cada vez mais distante dos seus princípios,omitindo um jogo político no qual a seca não é mais vista como um problema social e econômico, mas o meio para uma convivência política.