Os sertões e seus múltiplos sentidos: a historiografia sobre a conquista, ocupação e colonização da parte oriental do Maranhão e do Piauí
Resumo
A partir do final do século XVII, a parte ocidental do Maranhão e oriental e ocidental do Piauí, tornou-se alvo do interesse de inúmeros indivíduos provenientes de lugares tão distantes como São Luís e Salvador. Essa região estava localizada no interior da atual região Nordeste e assistiu a um processo de expansão luso-brasileira, principalmente, a partir da prática da criação de gado vacum e cavalar e, secundariamente, do estabelecimento de engenhos para lavouras de cana-de-açúcar, principais atividades econômicas exercidas pelos colonizadores nessa região. A parte oriental do Maranhão e oriental e ocidental do Piauí era denominada pelos luso-brasileiros como “sertão”, e, aqui, deve ser entendida não como um espaço físico concreto, mas a partir dos vários sentidos que homens e mulheres envolvidos na conquista e ocupação lhe atribuíam, a partir de suas experiências durante o processo de colonização. O objetivo deste artigo é problematizar a compreensão sobre a historiografia da conquista, ocupação e colonização dos sertões do Maranhão e Piauí, refletindo sobre o “sertão” como uma região múltipla e heterogênea, bem como os diversos sentidos e concepções dos autores, para além da ideia de oposição ao litoral brasileiro.
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