A TRADIÇÃO ENCARNADA: O “TIPO POPULAR” OU FOLCLÓRICO COMO OBJETO DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA
Resumo
O “tipo popular” ou “figura folclórica” pode ser tomado como uma referência simbólica dotada de significação que exprime muito sobre o espaço e o contexto histórico-social em que foi criado. Como produção social e intelectual, ele é evocado cada vez que se deseje mergulhar nas brumas do passado, operando como recurso de memória. Sofrendo a ingerência deste processo, o tipo popular é “desencarnado” de sua trajetória de vida, de suas acepções existenciais, assumindo na história a função de sujeito “figurante” ou “decorativo”, ao ser associado ao exótico, ao pitoresco, a tradição, tornando-se, assim, ao mesmo tempo produto e produtor de uma possível identidade local que ele encena. O presente artigo tem como principal objetivo lançar novos olhares sobre aqueles sujeitos que se tem como tipos populares ou folclóricos e que geralmente são lembrados envoltos numa aura de comicidade quando se quer fazer referência ao que seria o “autêntico” habitante do lugar. Tomando como referências os estudos realizados por Durval de Albuquerque Júnior (2013) sobre história do folclore e da cultura popular, busco discutir por que sujeitos marginais que não possuíam quase nenhuma visibilidade pública, mereceram algum destaque na produção de autores seridoenses, no momento em que a região começa a vivenciar o seu processo de urbanização e modernização mais acelerado, entre os anos 1950 e 70, procurando estabelecer relações entre o seu contexto histórico de produção e os elementos que valeram para a sua elaboração.
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