O "mangue" e as fomes: breves considerações sociológicas em busca da dignidade
Palavras-chave:
Fome, Josué de Castro, DignidadeResumo
Um dos meios de se alcançar a dignidade é a garantia de uma alimentaçáo adequada: um direito humano básico. Este direito começa pela luta contra a fome e vai muito além. Sem dúvidas, esse era o ponto de vista de Josué de Castro. Náo queria apenas a garantia do fornecimento de uma "raçáo básica". A luta era (e é) por algo muito mais grandioso: uma luta pela dignidade, pela (re)construçáo do ser, pela formaçáo, pela potencializaçáo de dimensões. Uma terra de seres pensantes e críticos. Ademais, o acesso à cultura de seu povo é negado aos que experimentam a fome (privaçáo alimentar). A anulaçáo desse contato, mais uma vez coloca os excluídos numa situaçáo de alienaçáo: bocas sáo caladas, olhos fechados e ouvidos tampados. Quem náo come, náo discute, náo protesta. Sem a conexáo com seu eu, suas memórias, o passado de seu povo, o seu corpo e espírito, náo podem resgatar lembranças que tornam essas pessoas diferentes da multidáo. Esses "Joáo Paulos" náo tem acesso aos direitos fundamentais (moradia, alimentaçáo, saúde e educaçáo), por isso náo podem exercer sua cidadania, nem tampouco contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Visa-se neste estudo fazer breves considerações do ponto de vista sociológico das duas grandes obras de Josué de Castro: Homens e Caranguejos e Geografia da fome. O objetivo primário é que possamos reconhecer que é um desafio imposto a nós vencer a fome e todos os abismos que separam os seres humanos uns dos outros.
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