A FORMULAÇÃO DE UMA CORRENTE URBANÍSTICA: UMA (RE)VISITA ÀS TESES DE ANHAIA MELLO PARA SÃO PAULO
Mots-clés :
Pensamento urbano, desenvolvimento urbano, plano diretor, políticas públicasRésumé
O presente artigo tem por objetivo elaborar um painel analítico, inicialmente, a partir de 1920-1930, quando Luiz Ignácio Romeiro de Anhaia Mello e Francisco Prestes Maia, dois catedráticos da questão urbana, passam a citar uma série de autores e planos americanos como referência para suas reflexões, sobretudo quando discutiam a verticalização, ou não, da cidade de São Paulo. A partir de amplo levantamento bibliográfico com a sistematização dos registros dos debates travados entre Anhaia Mello e Prestes Maia, o artigo pretende apontar como se deu a transposição de concepções urbanísticas para o meio acadêmico e, ao mesmo tempo, jurídico-normativo da cidade de São Paulo, resultando na criação de arcabouço regulador do uso e da ocupação do solo. As sistematizações e análises foram fundamentadas em amplo levantamento de bibliografia e de fontes documentais referentes ao tema proposto. Acessamos o acervo da biblioteca da FAU-USP, especificamente o da SAGMACS – Sociedade de Análises Gráficas e Mecanográficas Aplicadas aos Complexos Sociais -, com a finalidade de selecionar documentos e o acervo da família Anhaia Mello, com o objetivo de reconstruir a trajetória intelectual e profissional do urbanista e catedrático. A sistematização dos dados coletados nesses acervos, confrontados com o levantamento bibliográfico, foi fundamental para a reconstrução das reflexões de Anhaia Mello e de Prestes Maia acerca dos rumos que o desenvolvimento da malha urbana da cidade de São Paulo de meados do século XX deveria tomar. Tendo como fio condutor os debates travados por Anhaia Mello e Prestes Maia – característico dos anos 1950 nos países periféricos a respeito da organização e do porte das metrópoles industriais -, foi possível identificar a cristalização de duas propostas urbanísticas para a cidade: a primeira, de Anhaia Mello, que apostava na reversão do ciclo metropolitano por meio da contenção do crescimento urbano via aplicação da concepção teórica da cidade-jardim; e a segunda, de Prestes Maia, sintonizada com as teorias desenvolvimentistas dos anos 1950, que imputava ao poder público, a promoção de adaptações às novas demandas e dimensões da cidade existente, ou seja, de se buscar equacionar, de forma econômica, as dificuldades oriundas do processo de expansão desenfreado da malha urbana.Téléchargements
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