PRÁTICAS DE RESISTÊNCIA DE TERRA E MAR: PARENTESCO E MODOS DE EXISTIR NA VILA DO ESTEVÃO, CEARÁ, BRASIL / LAND AND SEA RESISTANCE PRACTICES: KINSHIP AND MODES OF EXISTENCE IN VILA DO ESTEVÃO, CEARÁ, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.21680/2238-6009.2017v1n50ID13371Palavras-chave:
Práticas de resistência. Populações costeiras. Parentesco. Resistance practices. Coastal populations. Kinship.Resumo
Os conflitos territoriais de terra e mar e as constantes investidas fundiárias nos territórios costeiros são uma realidade imediata para os povos do mar. Nesse contexto, destacamse projetos privados e políticas públicas para o turismo; para novas fontes energéticas, como as eólicas; e para novos campos produtivos, como a criação de camarão e o prevalecimento das tecnologias industriais de pesca sobre as artesanais. A experiência da Vila do Estevão – uma “comunidade” de pescadores localizada na praia de Canoa Quebrada, município de Aracati, litoral leste do estado do Ceará – apresentada neste artigo busca contribuições para o campo de questões sobre as práticas de resistência das chamadas comunidades tradicionais, sobre a invenção do cotidiano e a construção de respostas locais. O registro dessa experiência versa em torno de dois temas centrais que discutem formas situacionais de práticas e relações nativas: modos locais de fazer parentesco e modos de existir.
ABSTRACT
Land and sea territorial conflicts and constant speculative approaches on coastal territories are an immediate reality for the ‘sea people’. In this context, private projects and public policies for touristic purposes, as well as projects for alternative energy sources such as wind farms, and for new production fields such as shrimp farms and the prevailing industrial fishing technology over artisanal fisheries have significant importance. The experience of Vila do Estevão – a fishermen’s ‘community’ settled in Canoa Quebrada beach, Aracati, east coast of the Ceará state, Brazil – shown is this article searches for contributions for the questions regarding resistance practices of the so-called traditional communities, the invention of quotidian and the construction of local responses. The records of this experience are developed around two central themes that discuss situational forms of native practices and relations: local ways of kinship and forms of existence.