TRILHAS FEMININAS: LEVES PEGADAS AO RITMO DA EXPROPRIAÇÃO NO CONTEXTO DO ALTO VALE DO JEQUITINHONHA MINEIRO
DOI:
https://doi.org/10.21680/2238-6009.2020v1n56ID23683Resumo
A mobilidade humana resulta de vários processos sociais e embora possa ser uma escolha, em muitas situações, ela é impositiva, compulsória e até violenta. Neste sentido, com base nas raízes históricas das mulheres do Vale do Jequitinhonha, o objetivo desse artigo é entender o papel social que a migração –sobretudo a migração feminina – tem tido na estruturação do modo de vida da comunidade Quilombola Monte Alegre, no município de Veredinha, em Minas Gerais. Para tanto, empregamos como metodologia neste processo a pesquisa participante, prezando pela participação efetiva dos sujeitos envolvidos. No decorrer deste trabalho, identificamos quatro formas de deslocamento feminino: a migração permanente com foco nos estudos, a migração para trabalho nas capitais-êxodo rural, a pendular e a sazonal. A migração foi identificada como uma forma de resistência da comunidade, mas ao mesmo tempo como um processo de transformação do modo de ser e de viver do povo, sendo o elemento responsável pela desterritorialização e reterritorialização dos comunitários, com a ressignificação social e feminina.