CORPOS EM CHOQUE NO “MUNDO”: SOBRE VIAGENS, FRONTEIRAS E OS DESAFIOS DO “ENTRE-LUGAR”
DOI:
https://doi.org/10.21680/2238-6009.2020v1n56ID23684Resumo
Apostando na potência de uma escrita em ensaio, apresento aqui uma proposta de experimentação narrativa que possa conduzir o leitor a visualizar e sentir na própria etnografia a forma como nossas trajetórias, nossos corpos, nossas marcas e nossos medos delimitam pesquisas antropológicas sobre fronteiras, movimentos e experiências de mobilidade. Como podemos reinserir narrativamente nossos corpos no mundo? Como podemos fazê-lo, levando em conta tanto as “viagens” que nos constituem como sujeitas, quanto como mulheres antropólogas? Com essas ideias em mente, ao longo do texto, a descrição do choque entre diferentes corpos no mundo – os meu e os dos sujeitos com quem interagi em minha pesquisa de campo na Amazônia brasileira – será meu ponto de partida para conduzi-los dentre os elementos de uma teoria etnográfica genderizada/sexualizada dos movimentos pela fronteira em expansão.