“A MINHA VIDA FOI UMA DIÁSPORA DA AIDS”: MEMÓRIA, TESTEMUNHO E A EXPERIÊNCIA DE SER MULHER E VIVER COM HIV/AIDS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/2238-6009.2022v1n60ID31083

Resumo

Este artigo descreve a trajetória e experiências de Vanessa Campos como uma sobrevivente da AIDS. Ao longo de seu testemunho de sobrevivente da AIDS suas experiências são narradas tendo como pontos de inflexão os trânsitos migratórios (Manaus – Rio de Janeiro – Manaus – São Paulo – Joinville – Manaus) que integravam cidades, pessoas, instituições, relacionamentos, maternagem, emoções, etc. O objetivo aqui é descrever um conjunto de violências estruturais evidenciadas por uma sorologia cujo pêndulo se movia entre a publicização e o segredo, como escolha e como imposição dos maridos em seus dois casamentos, conformando economias de conhecimentos e gramáticas emocionais marcadas por estigmas, discriminações e dores; pelas violências de gênero em suas distintas faces (doméstica, obstétrica, institucional e sexual) que modelaram suas experiências como mulher, esposa, mãe, usuária de serviços de saúde, membra de uma igreja evangélica pentecostal; e pelas disparidades regionais no acesso aos serviços e tecnologias de saúde relacionadas ao tratamento do HIV/AIDS e à saúde sexual e reprodutiva na Região Norte do Brasil que, segundo Vanessa, associava-se ao estigma da AIDS e às violências de gênero e tomaram a dianteira nas suas decisões de migrar. A diáspora da AIDS performada por Vanessa nos oferece pistas etnográficas para refletir sobre como os cruzamentos entre gênero, doença e lugar estão implicados na produção e reprodução de violências estruturais que conformam experiências de sofrimento social. Mas não só isso, pois permite analisar as agências e os processos de subjetivação desde uma condição de “ser alvo” e como isso produz recusas, lutas e resistências.

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Publicado

29-12-2022

Como Citar

MELO, L. P. de . “A MINHA VIDA FOI UMA DIÁSPORA DA AIDS”: MEMÓRIA, TESTEMUNHO E A EXPERIÊNCIA DE SER MULHER E VIVER COM HIV/AIDS. Vivência: Revista de Antropologia, [S. l.], v. 1, n. 60, 2022. DOI: 10.21680/2238-6009.2022v1n60ID31083. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/31083. Acesso em: 25 jun. 2024.

Edição

Seção

Dossiê/Dossier