O VÍCIO EM HUMILHAR: PRISÃO, ESTADO E GÊNERO EM NARRATIVAS SOBRE A REVISTA ÍNTIMA/VEXATÓRIA
DOI:
https://doi.org/10.21680/2238-6009.2023v1n61ID31990Resumo
O artigo discute a revista íntima/vexatória a partir das disputas narrativas em torno da sua existência, proibição e posterior substituição pelos scanners corporais nas prisões paulistas. Argumento que a revista constitui um campo de disputas que tem como território os corpos de mulheres e que envolve pessoas presas, familiares, organizações não governamentais, organizações governamentais e o Sistema de Justiça. Em meio a essas disputas, pessoas e grupos produzem ideias de violação, humilhação, degradação humana e abuso perpetrados pelo Estado nos corpos submetidos à revista. Tais corpos requerem ser compreendidos como vítimas em esforços narrativos para a produção de casos inteligíveis no campo do Direito. O artigo segue os diferentes enquadramentos que constituem a revista como um tema de debate e disputa, com confluências e tensões entre sujeitos que, localizados em diversos campos, constituem sentidos e práticas distintas em relação à revista. As discussões em torno da revista íntima/vexatória são centrais para entender os trânsitos de pessoas entre dentro e fora da prisão, descrever a produção das fronteiras prisionais e vislumbrar alguns modos pelos quais prisão, Estado e gênero se conectam na conformação de corpos violáveis e de mecanismos de violação operantes em prisões.
Palavras-chave: Gênero; Estado; Prisão; Revista Íntima; Revista Vexatória.
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