UM LUTO QUE DANÇA: O FESTEJAR LÉSBICO E NEGRO EM MEMÓRIA A LUANA BARBOSA
DOI:
https://doi.org/10.21680/2238-6009.2023v1n61ID32330Resumo
O artigo a seguir se orienta a partir da dissertação da autora acerca das consequências morais, simbólicas e afetivas após um episódio criminoso de violência policial que ficou conhecido como Caso Luana Barbosa, ocorrido em 2016, no estado de São Paulo. Enquanto à dissertação coube analisar materiais discursivos constituintes de versões que abrangiam a ocorrência por parte da defesa e da acusação, o trabalho a seguir traz a análise sobre um fenômeno que marcou e continua, insistentemente, a singularizar o processo de luto e de reconhecimento da vítima enquanto uma bandeira do maior movimento lésbico de São Paulo: o acontecimento da festa Sarrada no Brejo. A festa, em si, trata-se de uma realização originalmente centrada no encontro de ativistas lésbicas e periféricas em homenagem à Luana Barbosa, no entanto, por meio de deslocamentos de relações de sentido entre as participantes entorno do luto, promove a produção de um novo território para pensar e viver erotismos lésbicos, pretos e periféricos – sempre em estado de alerta. Ao observar as adjacências do funk e do pagode, os dois gêneros musicais que fluem e garantem o evento e suas condutas, analiso de que forma a performance sensual e os conjuntos de práticas envolvidas na festa Sarrada no Brejo redefinem estereótipos e recolocam a pessoa de Luana Barbosa como uma existência de vida e de gozo, e não só mais uma vítima da violência policial e opressão racista paulistana.
Palavras-chave: Lésbicas; Negritude; Vítima; Funk; Violência.
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