Representações da docência feminina no início do século XX
Resumo
Este texto discute as representações da docência feminina no início do
século XX, particularizando as professoras primárias formadas pelas
Escolas Normais Primárias de Lisboa e Natal. Evidencia pesquisa em
fontes documentais, a exemplo dos jornais A República e Diário do
Natal, Livro de Registro Nominal dos Professores Diplomados pela Escola
Normal e Regulamentos das Escolas Normais. Para tanto, respalda-se
em Chartier (1990), Chervel (1990), Ciavatta (2002), Elias (1994),
Nóvoa (1987), Schriewer (2000), Scott (1990). A resistência à abertura
de instituições de formação para mulheres, à coeducação dos sexos e,
posterior e consequentemente, à permanência delas na docência, sob o
argumento da moralidade, da promiscuidade dos corpos e da constituição
biológica, são dificuldades enfrentadas pelo magistério feminino.
A compatibilidade entre a vida privada da mulher e a vida pública
justificava sua exclusão profissional, e a diferença de funções, por sua
vez, justificava os baixos vencimentos.
Palavras-chave: Educação. Escolas Normais. Magistério. Formação
Docente. Gênero.