Jean Genet, nem santo, nem mártir, o lírico de si (para uma poética homoerótica)

Autores

  • Ilza Matias de Sousa

Resumo

Este artigo discute os papéis de ator, santo ou mártir atribuídos a Jean Genet – cunhado como o poeta do crime e da homossexualidade – pela monumental crítica de Jean-Paul Sartre, publicada em 1952, sem pretender atingir um caráter de revisão dessa obra. Tal procedimento permite efetuar deslocamentos desidentificatórios através da exorbitante singularidade  seminal  genetiana,  feita  de  disparates,  dispersão  e  rupturas,  que incorpora ao mesmo tempo a abjeção e o lirismo na linguagem, revestindo-a de uma aguçada dessublimação. Ao estabelecer no autor a inscrição do lírico de si no próprio corpus de sua escritura e em sua intricada perversão, circunscreve-se uma genealogia homoerótica,  ou  a  construção  de  uma  gene(t)ologia  homossexual,  radicalmente disjuntiva e dissociada dos pedestais e da veneração de grande vulto dado no jogo consolador do reconhecimento de identidades e pertenças.

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Publicado

27-11-2012

Como Citar

SOUSA, I. M. de. Jean Genet, nem santo, nem mártir, o lírico de si (para uma poética homoerótica). Bagoas - Estudos gays: gêneros e sexualidades, [S. l.], v. 4, n. 05, 2012. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/bagoas/article/view/2319. Acesso em: 22 dez. 2024.