Na luta

uma Universidade pública em tempos de crise

Autores

  • Guilherme Nogueira de Souza

DOI:

https://doi.org/10.21680/2446-5674.2021v8n14ID20685

Palavras-chave:

Movimentos sociais, Greve, Fotografia urbana, Universidade

Resumo

Este ensaio nasce como registro fotográfico de um processo de luta política pela qual passou a Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É um trabalho que, por um lado, dialoga com Valladares (2007) ao apontar os elementos centrais da observação participante, enquanto método de pesquisa antropológica, a partir do trabalho de Whyte (2005). Por outro, dialoga com DaMatta (1978) ao colocar o pesquisador diante dos desafios de estranhar o familiar. Estranhamento este que seja capaz de expressar uma perspectiva antropológica impressa em imagens. Os desafios estavam colocados para o nativo, o antropólogo e o fotógrafo, todas facetas de um mesmo sujeito ao observar processos estruturais e coletivos que incidiam sobre a vida íntima de cada indivíduo em particular daquela comunidade. Como registrar uma crise que afeta a vida pessoal do pesquisador? Como, por outro lado, construir um recorte do momento coletivo que não se restrinja apenas a vivência do eu?

Neste ensaio – produzido com câmera digital profissional e câmera de smartphone –, não há fronteira estável entre observador e observado. Os atos públicos aqui presentes não são meros registros distanciados, mas são registros-vivência de uma experiência política de resistência de estudantes, pais, professores, servidores técnico-administrativos e toda uma sorte de apoiadores que tornaram a UERJ motivo de defesa política. É o registro vivo de um ator-político que foi estudante e hoje é professor desta universidade. Registro este no qual a relação entre o olhar antropológico – ou o olhar fotográfico –, na sua técnica, se mistura com a vivência do nativo imbricado nos processos, afetado pelo pensar-viver que as dinâmicas sociais impõem. O presente ensaio, portanto, versa sobre a universidade, versa sobre a sua luta, mas uma luta encarnada em sujeitos, em corpos na rua, no confronto público. É na construção da rua, como espaço político, que este ensaio contribui para narrar um momento na história desta instituição. É sobre esta universidade, em meio a mais profunda crise de sua história, que o presente ensaio versa. Ele é um registro de um tempo ainda presente e da luta em defesa da educação pública, gratuita, socialmente referenciada, inclusiva e de qualidade.

REFERÊNCIAS

DAMATTA, Roberto. O Ofício de Etnólogo, ou como Ter “Anthropological Blues”. In NUNES, Edson de Oliveira (org.). A Aventura Sociológica. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978. pp. 23-35.

VALLADARES, Licia. Os dez mandamentos da observação participante. Rev. bras. Ci. Soc. [online]. 2007, vol.22, n.63, pp.153-155.

WHYTE, William Foote. Sociedade de esquina: a estrutura social de uma área urbana pobre e degradada. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2005.

 

LEGENDAS:

01 – Ato dos movimentos sociais de mulheres, no centro do Rio de Janeiro, pelo 08 de março e em defesa da UERJ.

02 – Ato no bairro do Rio Comprido, onde se localiza o CAp-UERJ, organizado pelo Grêmio Estudantil em defesa da sua escola e da universidade.

03 – Ato dos estudantes contra o atraso salarial e demissão de prestadores de serviço terceirizados.

04 – Concentração para o ato público convocado por outras instituições de ensino e pesquisa do Rio de Janeiro em defesa das universidades estaduais fluminenses.

05 – Assembleia convocada pela Associação de Docentes da UERJ (ASDUERJ) para discutir os rumos do movimento de trabalhadores docentes da universidade.

06 – Ato conjunto dos sindicatos de trabalhadores da universidade, grêmio estudantil e Associação de Pais e Professores (APP CAp-UERJ).

07 – Concentração para o ato unificado dos mais diferentes sindicatos de servidores públicos fluminenses. 

08 – Ato da APP, com a participação de estudantes da Educação Básica, na praia de Copacabana.

 

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Referências

DAMATTA, Roberto. O Ofício de Etnólogo, ou como Ter “Anthropological Blues”. In NUNES, Edson de Oliveira (org.). A Aventura Sociológica. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978. pp. 23-35.

VALLADARES, Licia. Os dez mandamentos da observação participante. Rev. bras. Ci. Soc. [online]. 2007, vol.22, n.63, pp.153-155.

WHYTE, William Foote. Sociedade de esquina: a estrutura social de uma área urbana pobre e degradada. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2005.

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Publicado

26-01-2021

Como Citar

SOUZA, G. N. de. Na luta: uma Universidade pública em tempos de crise. Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, [S. l.], v. 8, n. 14, p. 1–9, 2021. DOI: 10.21680/2446-5674.2021v8n14ID20685. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/equatorial/article/view/20685. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Ensaios Visuais