“Eu sou uma prostituta virtual”:
intimidade, empreendedorismo e emoções na pornografia plataformizada
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-5674.2025v12n23ID39007Palavras-chave:
Pornografia, Emoções, Plataformização, Antropologia da sexualidade, TransgeneridadeResumo
A pornografia plataformizada vem se destacando nos últimos anos por seu vertiginoso crescimento, tanto em número de usuárias, como de pessoas dedicadas à produção de conteúdos pornográficos. Desde o início dos isolamentos relacionados à pandemia de Covid-19, e das consequências diretas na economia, esse tipo de produção pornográfica tornou-se, com a promessa de bons rendimentos, autonomia e flexibilidade, uma possibilidade atrativa para pessoas excluídas do mercado de trabalho formal ou insatisfeitas com sua posição atual. A partir de entrevistas em profundidade com duas pessoas transgêneras que atuam nas plataformas Privacy e OnlyFans, realizadas no escopo de minha pesquisa de dissertação, investigou-se as motivações e experiências relacionadas ao trabalho com pornografia plataformizada, procurando compreender o que leva à escolha por trabalhos sexuais plataformizados e as experiências vivenciadas a partir deste. Conclui-se que apesar de emocionalmente desafiador e cercado de estigmas, o trabalho com pornografia plataformizada emerge para minhas interlocutoras como uma forma de driblar a exclusão dos processos formais de empregabilidade.
Downloads
Referências
ABÍLIO, Ludmila. Sem Maquiagem: O Trabalho de um Bilhão de Dólares. São Paulo: Boitempo, 2020.
BENELLI, SJ. Goffman e Foucault: semelhanças e diferenças. In: A lógica da internação: instituições totais e disciplinares (des)educativas [online]. São Paulo: Editora UNESP, 2014, pp. 85-89. ISBN 978-85-68334-44-7.
DÍAZ-BENÍTEZ, María Elvira. O gênero da humilhação. Afetos, relações e complexos emocionais. Horizontes Antropológicos [online]. 2019, v. 25, n. 54, pp. 51-78.
DÍAZ-BENÍTEZ, María Elvira. O espetáculo da humilhação, fissuras e limites da sexualidade. Mana, v. 21, n. 1, p. 65-90, 2015.
FASSIN, Didier. Et la souffrance devient sociale: de l’anthropologie médicale à une anthropologie des afflictions. Critique: revue générale des publications françaises et étrangères, Paris, n.680-681, p.16-21. 2004.
FISHER, Marla Renee. Through a Different Lens: Occupational Health of Sex-Working Young Trans Women. Transgender Health Volume 8, Number 2, 2023.
FOUCAULT, Michel. (1976) História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 2012.
FOUCAULT, Michel. The Birth of Biopolitics: Lectures at the Collège de France, 1978-79. New York: Palgrave Macmillan, 2008.
GOFFMAN, Erving, Stigma. Notes on the Management of Spoiled Identity. Englewood Cliffs N.J, Prentice-Hall, 1963 (Trad. Bras. Mathias Lambert, Rio de Janeiro, Zahar, 2004).
GOFFMAN , Erving. (1987). Manicômios, prisões e conventos. 2Ş ed. São Paulo: Perspectiva.
HARVEY, David. A Brief History of Neoliberalism. Oxford: Oxford University Press, 2005.
HOCHSCHILD, Arlie R. The commercialization of intimate life: notes from home and work. Berkeley, The University of California Press, 2003.
ILLOUZ, Eva. Cold Intimacies: The Making of Emotional Capitalism. Cambridge: Polity, 2007.
LAURIN, Daniel. Subscription Intimacy: Amateurism, Authenticity and Emotional Labour in Direct-to-Consumer Gay Pornography. International Journal of gender studies, 2019.
LEITÃO, Débora K; GOMES, Laura Graziela. 2017. Etnografia em ambientes digitais: perambulações, acompanhamentos e imersões. Revista Antropolítica, n.42: 41-65.
LIMA, Jacob. Cenários sobre o presente do trabalho. Revista da RET, ano II, nº3. São Carlos: Uni-versidade Federal de São Carlos, 2008.
MILANO, L. Usina Posporno: disidencia sexual, arte y autogesti-ón en la pospornografía. 1ed. Buenos Aires: Título, 2014.
PAASONEN, Susanna. Carnal Resonance: Affect and Online Pornography. Cambridge: MIT Press, 2011.
RYAN, Paul. Netporn and the Amateur Turn on OnlyFans. 2019.
STUTZ, Clover. “We Hate Sex Workers in this Country”: Stigma in Online Sex Work. Sexuality & Culture, 2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Léo Silva

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Português (Brasil)
English
Español (España)