Heredogramas e parentesco no Cariri Paraibano
do instrumento biomédico às experiências familiares com Mucopolissacaridoses
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-5674.2022v9n17ID27914Palavras-chave:
Parentesco, Família, Antropologia da Saúde, Doenças RarasResumo
Problematizar como a presença das Mucopolissacaridoses e o heredograma mobilizam reflexões acerca do parentesco entre os casais, em que categorias de consanguinidade e ascendente comum estabelecem arranjos diferentes para o entendimento do adoecimento. A etnografia, observação e entrevistas, realizada no Cariri Paraibano, junto às famílias que têm casos da doença genética, buscava entender as relações engendradas entre as famílias e a genética, quando o heredograma estabelece o diagnóstico da enfermidade e a relação de parentesco. Inicialmente, os interlocutores apontam que o heredograma lhes foi apresentado para “comprovar” que existe uma relação de parentesco e o nexo causal da doença. Entretanto, tal instrumento não coincide com a perspectiva sociocultural da noção de parentesco utilizado pelas famílias. Nossa leitura é que o heredograma elaborado pela genética não tem correspondência com as questões locais, quando outros valores, como “conhecimento” entre as famílias e/ou ter origem na mesma localidade, são relevantes para constituição de novas famílias e parentesco.
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