Ética, conflitos em campo e sua textualização
experiência de pesquisa antes, durante e depois da Romaria do Padre Cícero Romão
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-5674.2023v10n18ID29407Palavras-chave:
Guerreiro, Pesquisa Antropológica, Posicionalidade, Religiosidade, Observação participanteResumo
No presente relato etnográfico descrevo uma série de questões voltadas à ética, conflitos em campo e sua textualização, no contexto de pesquisa com um grupo alagoano de folguedo popular intitulado Guerreiro. Trato, em particular, de algumas experiências vivenciadas no ano de 2019 em uma viagem de nove dias à Romaria do Padre Cícero Romão, em Juazeiro do Norte/CE, a partir da qual minha posicionalidade de “pesquisadora”, possível “romeira” e “membra da família” de alguns interlocutores de pesquisa criou um lugar fronteiriço de interrogação aos mitos fundadores da disciplina antropológica, tal como a doutrina de objetividade científica. Nesse sentido, perpassando através da observação participante por questões de gênero, etnia e raça, classe, religiosidade, geração e escolaridade, apresento uma experiência de campo que complexifica a distinção entre Eus e Outros na centralidade do paradigma antropológico.
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