Ética, conflitos em campo e sua textualização

experiência de pesquisa antes, durante e depois da Romaria do Padre Cícero Romão

Autores

  • Tayná Almeida de Paula Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.21680/2446-5674.2023v10n18ID29407

Palavras-chave:

Guerreiro, Pesquisa Antropológica, Posicionalidade, Religiosidade, Observação participante

Resumo

No presente relato etnográfico descrevo uma série de questões voltadas à ética, conflitos em campo e sua textualização, no contexto de pesquisa com um grupo alagoano de folguedo popular intitulado Guerreiro. Trato, em particular, de algumas experiências vivenciadas no ano de 2019 em uma viagem de nove dias à Romaria do Padre Cícero Romão, em Juazeiro do Norte/CE, a partir da qual minha posicionalidade de “pesquisadora”, possível “romeira” e “membra da família” de alguns interlocutores de pesquisa criou um lugar fronteiriço de interrogação aos mitos fundadores da disciplina antropológica, tal como a doutrina de objetividade científica. Nesse sentido, perpassando através da observação participante por questões de gênero, etnia e raça, classe, religiosidade, geração e escolaridade, apresento uma experiência de campo que complexifica a distinção entre Eus e Outros na centralidade do paradigma antropológico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tayná Almeida de Paula, Universidade Estadual de Campinas

Doutoranda em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas. Bacharela em Ciências Sociais (ICS/UFAL) e mestra em Antropologia Social pela Universidade Federal de Alagoas (PPGAS/UFAL). É pesquisadora do Laboratório de Antropologia Visual em Alagoas (AVAL/UFAL), com atuação nos seguintes temas: Estudos do Folclore, Memória Coletiva, Fotografia e Autorrepresentação. Entre os anos de 2017 e 2019 integrou a equipe do acervo fotográfico do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore (MTB/UFAL). 

Referências

ABU-LUGHOD, Lila. A escrita contra a cultura. Tradução por Francisco Cleiton Vieira Silva do Rego, Leandro Durazzo e Luísa Valentini. Revista Equatorial, Natal, v. 5, n. 8, p. 193−226, jan./jun., 2018.

BRANDÃO, Théo. O Guerreiro. In: BRANDÃO, Théo. Folguedos Natalinos. Maceió: Universidade Federal de Alagoas; Museu Théo Brandão, 2003.

BONETTI, Alinne; FLEISCHER, Soraya. Etnografia Arriscada: Dos limites entre vicissitudes e “riscos” no fazer etnográfico contemporâneo. Teoria & Pesquisa, v. 19, n. 1, p. 7−17, 2010.

CLIFFORD, James. Introdução: Verdades Parciais. In: CLIFFORD, James; MARCUS, George. A Escrita da Cultura: Poética e Política da Cultura. Rio de Janeiro: Editora UERJ; Papeis Selvagens, 2016.

CLIFFORD, James. Sobre a autoridade etnográfica. In: CLIFFORD, James. A Experiência Etnográfica: Antropologia e Literatura no Século XX. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2002. p. 17−62.

CLIFFORD, James; MARCUS, George. A Escrita da Cultura: Poética e Política da Cultura. Rio de Janeiro: Editora UERJ; Papeis Selvagens, 2016. DAMATTA, Roberto. O ofício de etnólogo, ou como ter anthropological blues. Boletim do Museu Nacional: Antropologia, n. 27, 1978.

FAVRET-SAADA, Jeanne. Ser afetado. Tradução por Paula Siqueira. Cadernos de Campo, n. 13, p. 155–161, 2005.

FONSECA, Claudia. O anonimato e o texto antropológico: dilemas éticos e políticos da etnografia “em casa”. In: SCHUCH, Patrice; VIEIRA, Miriam S.; PETERS, Roberta. (Eds.). Experiências, dilemas e desafios do fazer etnográfico contemporâneo. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2010. p. 205–227.

MALINOWSKI, Bronislaw. Os argonautas do Pacífico Ocidental: Um relato do empreendimento e da aventura dos nativos nos arquipélagos da Nova Guiné, Melanésia. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

MORENO, Eva. Estupro em campo: Reflexões de uma sobrevivente. Cadernos de Campo, v. 26, n. 1, p. 236–266, 2017.

RIAL, Carmen Silva de Moraes. Roubar a alma: ou as dificuldades da restituição. Revista Tessituras, Pelotas, v. 2, n. 2, p. 201-212, jul./dez., 2014.

Downloads

Publicado

08-05-2023

Como Citar

PAULA, T. A. de. Ética, conflitos em campo e sua textualização: experiência de pesquisa antes, durante e depois da Romaria do Padre Cícero Romão. Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, [S. l.], v. 10, n. 18, p. 1–18, 2023. DOI: 10.21680/2446-5674.2023v10n18ID29407. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/equatorial/article/view/29407. Acesso em: 18 nov. 2024.

Edição

Seção

Relatos Etnográficos