O desprezo pelo Estado nas perspectivas sobre o Cemitério da Soledade em Belém-PA
uma análise à luz da Antropologia das Emoções
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-5674.2023v10n18ID30384Palavras-chave:
Patrimônio, Antropologia das Emoções, Turismo, CemitérioResumo
Este artigo investiga as emoções implicadas antes do projeto de requalificação do Cemitério da Soledade, localizado em Belém do Pará, como espaço turístico e cultural, conforme anunciado em 2021 pela Prefeitura da capital. Pensando esse espaço cemiterial, objetivamos evidenciar a micropolítica que se destaca nas relações emocionais com o local funéreo. Para isso, foram analisados quanti-qualitativamente os comentários feitos sobre o Cemitério em um dispositivo virtual que permite o compartilhamento de impressões turísticas, a plataforma TripAdvisor, considerando 24 comentários datados entre 27 de julho de 2017 e 12 de julho de 2019. A análise dos comentários foi feita a partir da Antropologia das Emoções, com ênfase em sua dimensão emocional. Constatou-se a preponderância do sentimento de desprezo nos comentários analisados, e interpretou-se sua ocorrência como demarcação de um status hierárquico e da produção de uma inversão na relação vertical entre cidadão e Estado. Diante das investigações, concluiu-se haver uma demanda pública pela ressignificação do Cemitério da Soledade enquanto patrimônio cultural e material da cidade.
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