Os percursos do desejo na margem do Rio São Francisco em Juazeiro da Bahia
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-5674.2025v12n23ID38902Palavras-chave:
Sexualidade, Territorialidade, Rio São Francisco, Margens do desejo, Antropologia da sexualidadeResumo
Este artigo explora os percursos do desejo que imergem nas margens do Rio São Francisco, em Juazeiro da Bahia, por meio de uma abordagem etnográfica centrada nas experiências de sujeitos que frequentam esse território. A análise foca nas interseções entre sexualidade, vulnerabilidade econômica e territorialidade, destacando como os encontros e práticas sexuais nas margens produzem subjetividades e reconfiguram o espaço urbano. A partir da trajetória de Binho, um dos interlocutores principais, são discutidas as dinâmicas entre prazer, risco e precariedade que caracterizam as interações nesse contexto. O conceito de “territorialidade desejante”, inspirado em Néstor Perlongher, é utilizado para compreender como esses espaços não são apenas locais de exclusão, mas territórios criativos que desafiam normas sociais e produzem novas formas de sociabilidade. Por fim, o estudo reforça a margem como um espaço de invenção e transformação, onde o desejo opera como uma força produtiva, conectando corpos, afetos e territórios em fluxos contínuos.
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