QUESTÕES DE GÊNERO EM “A PORTA E O VENTO”, DE JOSÉ BEZERRA GOMES: A INÚTIL TENTATIVA DE FUGA AO CASAMENTO NA SOCIEDADE NORDESTINA DOS ANOS 30
Keywords:
Gênero, Personagem masculino, Masculinidade hegemônica, Romance de 30. Estudo de gênero.Abstract
O presente trabalho tem como objetivo principal realizar um estudo de gênero com foco no personagem Santos do romance A Porta e o Vento (1974), do escritor currais-novense José Bezerra Gomes. Metodologicamente, fez-se pesquisa bibliográfica sobre a temática estudada, especialmente de três textos teóricos distintos que juntos ajudam na definição dos valores morais e sociais que regem a vida “cabra macho nordestino”, e cujos autores são Bento (2012), Gikovate (1989) e Albuquerque Júnior (2003). Dessa forma, concluiu-se que no romance estudado o casamento é entendido como um rito de passagem para ser homem por completo, e mesmo que Santos lute contra isso, para sua infelicidade, mais dia menos dia, os ventos gerados pelo brado do “cabra macho” não irão parar de bater na porta de sua casa e adentrarão sua vida. Nesse caso, a porta caracteriza-se como a tentativa de Santos de se proteger daquilo que, quando vem como o vento, atinge a todos e invade os recantos, e nem mesmo a porta fechada consegue detê-lo. No caso específico, são as cobranças e valores dos quais Santos não consegue se defender, nem fugir.
Davidson Eduardo Alves dos Santos é Bolsista de Pesquisa PROPESQ-UFRN
Hélio Dias Furtado é Professor Associado do Departamento de Letras do Centro de Ensino Superior do Seridó, da UFRN. Graduado em Letras pela UFRN e Mestre e doutor em Língua Inglesa e Literatura Correspondente pela UFSC.
Artigo submetido para avaliação em 16/02/2017; publicado em 04/07/2017.