DAS CRUZADAS ANTIGÊNERO AO CURRÍCULO DE HISTÓRIA: REACIONARISMO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Resumen

Este artigo analisa a ofensiva antigênero na educação brasileira presente em discursos que estimulam a perseguição às professoras e aos professores. Examinam-se o surgimento e a construção discursiva do sintagma “ideologia de gênero” na Igreja Católica e em grupos neoconservadores. Argumenta-se que há, em funcionamento no Brasil, um discurso reacionário que, por meio do sintagma “ideologia de gênero”, busca coibir saberes e impor limites a uma educação diversa. Conteúdos das ciências humanas, especialmente da história, têm sofrido ataques deliberados e tentativas de banimento de certos conhecimentos. Essa perseguição não se restringe ao currículo escrito. Ela perpassa também por uma campanha de vigilância impetrada às professoras e aos professores que se respalda em ampla incursão midiática, governamental e moral contra às/aos profissionais da educação, acusadas/os de “doutrinadoras/es”. Entretanto, mesmo diante de tantas atrocidades, é possível identificar movimentos em defesa da manutenção das discussões de gênero nos currículos escolares que propõem um currículo diverso e uma educação baseada na liberdade de cátedra, configurando-se resistências ao neoconservadorismo.