DITADURA "NUNCA MAIS": QUANDO O TESTEMUNHO FEMININO CONFRONTA O NEGACIONISMO DA EXTREMA DIREITA
Resumo
Diante do crescimento de discursos negacionistas que relativizam ou negam os crimes cometidos durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), este artigo analisa como as narrativas testemunhais de mulheres que vivenciaram a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) contribuem para o enfrentamento do negacionismo histórico e para a consolidação da educação voltada ao “nunca mais”. A pesquisa, de natureza qualitativa e ancorada na Metodologia da história oral (Alberti, 2004), baseia-se em entrevistas com quatro artistas pernambucanas que enfrentaram diretamente as violências e restrições do regime: Lea Tereza Lopes de Oliveira, Silvia Lúcia Viana Montarroyos, Stella Maris Saldanha e Zodja Pereira. Ao trazer à tona suas experiências, o estudo evidencia o papel da memória como instrumento de resistência e afirmação histórica. A análise é sustentada por aportes teóricos de autores como Halbwachs (2013), que concebe a memória como construção coletiva; Jelin (2003), que discute a disputa por memórias em contextos pós-autoritarismo; Perrot (1995), que destaca a importância das experiências femininas na história; e Sacavino (2015), que articula memória, identidade e educação em direitos humanos. Os resultados evidenciam que as experiências vividas por essas mulheres, marcadas por censura, perseguição e trauma, funcionam como contranarrativas potentes frente ao discurso negacionista, fortalecendo a pedagogia da memória e reafirmando a importância do direito à verdade e à justiça histórica. O estudo conclui que preservar e dar voz a esses testemunhos é essencial para impedir a repetição das violações do passado e promover uma educação crítica, comprometida com os direitos humanos e a democracia.
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