O grito mudo

silenciamento e violência contra a mulher em O peso do pássaro morto, de Aline Bei

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1983-2435.2023v8nEspecialID31961

Palavras-chave:

Violência, Aline Bei, Patriarcado

Resumo

O trabalho “O grito mudo: silenciamento e violência contra a mulher em O peso do pássaro morto” é uma análise inicial de algumas cenas de violência na obra inaugural de Aline Bei, jovem escritora paulista que lançou seu primeiro livro em 2017, pela editora independente Nós. Bei foge da forma tradicional destinada aos romances e sua transgressão se inicia pela estilística. Nesta pesquisa, serão analisadas algumas cenas do livro O peso do pássaro morto, serão apontadas como a escritora trabalha a temática do luto, da violência e da melancolia em seu romance e como esses fatores se manifestam na estética do livro, concluindo que a própria obra de Aline Bei violenta a tradição literária ao inovar a maneira como o livro é escrito. Também, por meio dos estudos realizados, compreende-se que O peso do pássaro morto revela como o machismo afeta negativamente a sociedade e contribui para o aumento e silenciamento das mulheres na sociedade. Este trabalho utiliza-se dos estudos de Heleieth Saffioti em Gênero, patriarcado e violência (2005), os apontamentos de Pierre Bourdieu em A dominação masculina (2021), as inferências da Gayatri Spivak, em Pode o subalterno falar? (2014), a fala Sejamos todos feministas por Chimamanda Ngozi Adiche (2015), além das pesquisas de outros estudiosos do tema.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lanuk Nagibson Araújo Silva, UFRN

Graduado em Letras com habilitação em Língua e Literatura Portuguesa e Inglesa pela Universidade Potiguar (UnP). Foi bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) Literatura no RN por 3 anos e meio (2014-2017). Mestre em Literatura comparada na linha de pesquisa Poéticas da Modernidade e da Pós-modernidade. Doutorando em Estudos da Linguagem, na área de Literatura Comparada, com ênfase em Memória Cultural, pela UFRN.

Mauro Dunder, UFRN

Possui graduação em Letras - Português e Inglês pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2005), mestrado em Letras - Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (2009) e doutorado em Letras - Literatura Portuguesa também pela USP (2013). Atualmente é Professor Adjunto do Departamento de Letras e Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). É líder do Grupo de Pesquisa "Estudos Literários de Gênero e Crítica Feminista" (UFRN/CNPq), pesquisador do Grupo Literatura, História, Memória, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/CNPq) e coordenador do GT "Literatura Portuguesa", da Anpoll. Foi Professor Auxiliar dos cursos de Direito e Comunicação e Multimeios da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), Professor Assistente I do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), professor do Curso de Pós-Graduação "Lato Sensu" em Língua Portuguesa e Literatura, do Centro de Comunicação e Letras, e da Graduação, na Faculdade de Computação e Informática, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Tem experiência na área de Letras, em todos os níveis de formação, desde Ensino Fundamental II até Pós-Graduação Stricto Sensu, com ênfase em Literatura Portuguesa Contemporânea. Trabalha atualmente em dois projetos de pesquisa, sobre a questão do trauma da guerra colonial na prosa de ficção portuguesa contemporânea e sobre a literatura portuguesa contemporânea de autoria feminina, não obstante tenha já apresentado trabalhos e/ou realizado pesquisa nas áreas de Literatura Portuguesa Moderna, Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e Geolinguística. É associado à ABRAPLIP - Associação Brasileira de Professores de Literatura Portuguesa - e à AIL - Associação Internacional de Lusitanistas.

Referências

ADICHIE, Chimamanda. Sejamos todos feministas. Tradução de Christina Baum. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

BARTHES, Roland. A aula. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Cultrix, 1996.

BATAILLE, Georges. O erotismo. Tradução de Fernando Scheibe. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.

BEI, Aline. O peso do pássaro morto. São Paulo: Nós, 2017.

BENATTI, André Rezende. Erotismo e Violência no conto Siesta, de Josefina Plá. PAPÉIS (UFMS), v. 17, p. 16-26, 2013.

BOURDIEU. Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2021.

CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade: estudos de teoria e história literária. 11. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2010.

EVARISTO, Conceição. Poemas da recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017.

FOUCALT. Michael. A ordem do discurso. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Loyola, 1996.

FREUD, Sigmund. Luto e melancolia. Tradução de Marilene Carone. São Paulo: Cosac Naify, 2011.

GINZBURG, Jaime. Literatura, violência e melancolia [livro eletrônico]. Campinas, SP: Autores Associados, 2017.

PERROT, Michelle. Corpos subjugados. In: PERROT, Michelle. As mulheres ou os silêncios da história. Tradução de Viviane Ribeiro. Santa Catarina: EDUSC, 2005.

SAFFIOTI, Heleieth. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Expressão Popular, 2005.

SPIVAK, Gayatri Chakravirty. Pode o subalterno falar?. Tradução de André Pereira Feitosa, Marcos Pereira Feitosa e Sandra Regina Goulart Almeida. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.

TURNER, Bryan S. Corpo e sociedade. In: TURNER, Bryan. O corpo de Eva. Tradução de Maria Silvia Mourão. São Paulo: Idieas & Letras, 2014.

ZIZEK, Slavoj. Violência. Tradução de Miguel Serras Pereiras. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4138227/mod_resource/content/1/Violencia%20-%20Slavoj%20Zizek.pdf. Acesso em: 15 jul. 2022.

Downloads

Publicado

30-11-2023

Como Citar

ARAÚJO SILVA, L. N.; DUNDER, M. O grito mudo: silenciamento e violência contra a mulher em O peso do pássaro morto, de Aline Bei. Revista Odisseia, [S. l.], v. 8, n. Especial, p. 57–76, 2023. DOI: 10.21680/1983-2435.2023v8nEspecialID31961. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/odisseia/article/view/31961. Acesso em: 22 dez. 2024.