O marinheiro (1915/1983)
uma leitura comparada entre Fernando Pessoa e Caio Fernando Abreu
DOI:
https://doi.org/10.21680/1983-2435.2023v8nEspecialID32408Palavras-chave:
O Marinheiro, Exílio, DesterritorializaçãoResumo
Este artigo propõe uma leitura comparada entre a novela O marinheiro (1983), de Abreu, e o poema dramático homônimo (1915), de Pessoa. Marinheiro remete a movimento, no entanto, nessas narrativas o movimento ocorre no plano interno, no invisível que se torna visível pela subjetividade colocada em exílio. Embora duas tradições distintas, o modernismo em Portugal e a pós-modernidade brasileira, se distanciem no tempo e por suas extensas transformações políticas e culturais; nessas obras aproximam-se na intensidade e delicadeza ao retratar, num ambiente onírico, as angústias e anseios do ser humano diante da existência e do desconhecido. Ao observamos as implicações da hierarquização da literatura, a diferença entre o discurso que parte do contexto do colonizado e do colonizador, com base em Silviano Santiago, percebe-se o sentimento de inferioridade diante da metrópole e a negação da possibilidade de originalidade do discurso do colonizado, nó do qual a obra de Abreu se desvencilha.
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