A paisagem e sua dimensão estética [The aesthetic dimension of landscape]
DOI:
https://doi.org/10.21680/1983-2109.2017v24n45ID12634Palavras-chave:
Arte, Estética, Literatura, Goethe, Paisagem [Art, Aesthetic, Literature, Landscape]Resumo
Os estudos que se dedicam à paisagem a compreendem como a materialização de relações entre o homem e o território. Por outro lado, a noção de paisagem abriga, desde sua origem, uma conotação estética, pensada como discurso valorativo da natureza. Assim, o objetivo desse artigo é mostrar a paisagem como categoria do pensamento e parte do campo reflexivo da disciplina Estética. Serão mencionados escritos de determinados filósofos empenhados em interpretar a paisagem em sua dimensão estética. Dentre eles, pode-se citar Georg Simmel, Augustin Berque e Arnold Berleant. Busca-se ampliar sua noção para além das transformações sociais do espaço, celebrando as maneiras sensíveis de apreensão da natureza. Pretende-se, ainda, compreender a noção de paisagem formulada no Renascimento e, especialmente, no final do século XVIII, pondo luz em algumas obras literárias de Goethe, tais como Os sofrimentos do jovem Werther e Escritos sobre arte.
[The studies that are dedicated to the landscape understand it as the materialization of relations between man and territory. On the other hand, the notion of landscape has, since its origin, an aesthetic connotation, thought of as a valorative discourse of nature. Thus, the purpose of this article is to show the landscape as a category of thought and part of the reflective field of the Aesthetic discipline. It will be mentioned writings of certain philosophers committed to interpret the landscape in its aesthetic dimension. I will mention, for instance, the research of Georg Simmel, Augustin Berque and Arnold Berleant. It seeks to broaden its notion beyond the social transformations of space, celebrating the sensitive manners of apprehending nature. It is also intended to understand the notion of landscape formulated in Renaissance and especially in the late Eighteenth Century putting light on some of Goethe's literary works, such as The sorrows of young Werther and Elective affinities.]
Downloads
Referências
BERLEANT, Arnold. A estética da arte e da natureza. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo. (Org.). Filosofia da paisagem: uma antologia. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2013. p. 282-298.
BERQUE, Augustin. O pensamento paisageiro: uma aproximação mesológica. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo. (Org.). Filosofia da paisagem: uma antologia. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2013. p. 200-212.
BESSE, Jean-Marc. Ver a Terra: seis ensaios sobre a paisagem e a geografia. Trad. Vladimir Bartalini. São Paulo: Perspectiva, 2006.
BLUTEAU, Raphael. Vocabulario portuguez & latino: aulico, anaomico, architectonico. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1712-1728.
CAUQUELIN, Anne. A invenção da paisagem. Trad. Marcos Marcionilo. São Paulo: M. Fontes, 2007.
FERRIOLO, Massimo Venturi. Arte, paisaje y jardín en la construcción del lugar. In: NOGUÉ, Joan. (Ed.). El paisaje em la cultura contemporánea. Madrid: Biblioteca Nueva, 2008. p. 115-140.
GOETHE, Johann Wolfgang von. As afinidades eletivas. Trad. Erlon José Paschoal. São Paulo: Nova Alexandria, 1992.
GOETHE, Johann Wolfgang von. Viagem à Itália. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
GOETHE, Johann Wolfgang von. Amor als Landschaftsmaler (Amor: pintor de paisagem). In: MATTOS, Cláudia Valladão de. (Org.). Goethe e Hackert sobre pintura de paisagem: quadros da natureza na Europa e no Brasil. Trad. Haroldo de Campos. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2008a. p. 79-85.
GOETHE, Johann Wolfgang von. Escritos sobre arte. Trad. Marco Aurélio Werle. 2 ed. São Paulo: Humanitas; Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2008b.
GOETHE, Johann Wolfgang von. Os sofrimentos do jovem Werther. Tradução Erlon José Paschoal. São Paulo: Estação Liberdade, 2009.
MADERUELO, Javier. El paisaje: génesis de un concepto. Madrid: Abada, 2005.
MATTOS, Cláudia Valladão de. (Org.). Goethe e Hackert: sobre pintura de paisagem: quadros da natureza na Europa e no Brasil. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2008.
MARÍ, Antoni. Paisaje y literatura. In: NOGUÉ, Joan. (Ed.). El paisaje em la cultura contemporánea. Madrid: Biblioteca Nueva, 2008. p. 141-154.
MILANI, Raffaele. Estética y crítica del paisaje. In: NOGUÉ, Joan. (Ed.). El paisaje em la cultura contemporánea. Madrid: Biblioteca Nueva, 2008. p. 45-66.
PAULHAN, Frédéric. L’Esthétique du paysage. Paris: F. Alcan, 1913.
RITTER, Joachim. Paisagem: sobre a função do estético na sociedade moderna. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo. (Org.). Filosofia da paisagem: uma antologia. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2013. p. 95-122.
ROGER, Alain. Breve tratado del paisaje. Madrid: Biblioteca Nueva, 2007.
SCHILLER, Friedrich. Poesia ingênua e sentimental. Trad. Apres. Márcio Suzuki. São Paulo: Iluminuras, 1991.
SERRÃO, Adriana Veríssimo. Georg Simmel. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo. (Org.). Filosofia da paisagem: uma antologia. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2013. p. 39-41.
SIMMEL, Georg. Filosofia da paisagem. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo. (Org.). Filosofia da paisagem: uma antologia. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2013. p. 42-58.
SUZUKI, Márcio. Introdução. In: SCHILLER, Friedrich. Poesia ingênua e sentimental. São Paulo: Iluminuras, 1991.
WERLE, Marco Aurélio. Natureza e sociedade no Werther de Goethe. Artefilosofia. n. 22, jul. 2017, p. 39-49.
ZIMMER, Jörg. La dimensión ética de la estética del paisaje. In: NOGUÉ, Joan. (Ed.). El paisaje em la cultura contemporánea. Madrid: Biblioteca Nueva, 2008. p. 27-44.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Termos da licença:
Não Comercial (NC) | Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, desde que sejam para fins não comerciais. |
Compartilha Igual (SA) | Os licenciados devem distribuir obras derivadas somente sob uma licença idêntica à que governa a obra original ou menos restritiva. |