Hannah Arendt e a Terra

Uma digressão sobre o Prólogo de A Condição Humana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1983-2109.2020v27n54ID19639

Palavras-chave:

Arendt, Terra, Heidegger, Husserl

Resumo

A referência ao envio de um objeto terrestre (earth-born) que introduz o prólogo de A Condição Humana constitui uma referência importante para o entendimento do Prólogo da obra. Mais notadamente, sobre o conceito de Terra, cuja aparição ao longo do Prólogo da obra não é explicada. Para tanto, nós nos propomos argumentar neste ensaio que o conceito de Terra como a expressão da condição humana exposto no Prólogo, “replica” uma discussão de Husserl e Heidegger em torno do conceito de Terra nos idos de 1935 na Alemanha. Para retraçar este paralelo, duas referências serão fundamentais: em primeiro lugar o texto de Husserl La terre ne se meut pas; em segundo lugar, o ensaio de Heidegger L’origine de l’oeuvre d’art. À luz da posição de Husserl e Heidegger, a posição de Arendt constitui um ponto de vista relevante dentro do debate político do pós-guerra, notadamente se a compararmos com a leitura de Heidegger sobre a Terra no contexto da técnica contemporânea

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Romildo Gomes Pinheiro, Instituto Federal do Mato Grosso

Doutor em Filosofia pela UFPB. Pesquisador Colaborador do Centro Europé, Université Catholique de Louvain, Belgica. Fim de est´ágio pós-doutoral CAPES.

Referências

ARENDT, H. Crises of the Republic, New York, Penguin Books, 1972.

___________ . A Condição Humana. 12 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014.

HABERMAS, J. El futuro de la naturaliza humana – Hacia une eugenesia liberal. Barcelona: Editorial Paidós, 2002.

HEIDEGGER, M. Etre e Temps. Paris: Gallimard, 1986.

____________. Questions III e IV. Paris: Gallimard, 1976.

____________. Introduction à métaphysique. Trad. G. Kahn. Paris: Gallimard, 1967.

____________ . L’origine de l’oeuvre d’art, In Chemin que menent nulle part. Paris: Gallimard, 1986.

____________ . Ensaios e Conferências. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

Husserl, E. La terre que ne se meut pas. Paris: Ed. Minuit, 1989.

MARX, K. Le Capital, Livro 1. Paris: PUF, 2000.

Radkowski, Georges-Hubert. Les jeux du désir – De la technique à l’économie, Paris, PUF, 2002.

Taminiaux, Jacques. La fille de thrace et le penseur professionenel. Arendt et Heidegger. Paris: Payot, Critique de la politique, 1992.

________________. Art et événement – espéculation et jugement des Grecs à Heidegger. Paris: Belin, 2005

SCHMITT, C. Der Nomos der Erde, 1950.

_________ . “À partir du ‘nomos’: prendre, pâturer, partager – La question de l’ordre économique et social”, Revue internationale de sociologie, Rome, 1954.

Downloads

Publicado

04-10-2020

Como Citar

GOMES PINHEIRO, R. Hannah Arendt e a Terra : Uma digressão sobre o Prólogo de A Condição Humana. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), [S. l.], v. 27, n. 54, p. 65–85, 2020. DOI: 10.21680/1983-2109.2020v27n54ID19639. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/19639. Acesso em: 13 nov. 2024.