Políticas de golpe - sobre o poder de voz e o poder de silenciamento

Autores

  • Janyne Sattler Docente do departamento de filosofia da UFSC

DOI:

https://doi.org/10.21680/1983-2109.2020v27n52ID19668

Palavras-chave:

poder, política, distinção público/privado, feminismo

Resumo

A proposta deste artigo é refletir sobre os significados engendrados pela voz masculina como a voz do poder por excelência, sinônima de voz pública e de legitimidade política cuja outorga é atribuída em detrimento das vozes femininas ou femininizadas, relegadas ao silêncio da domesticidade. Tais significados são construídos a partir da distinção público-privado-doméstico, oriunda das teorias políticas contratualistas modernas e da imposição social e econômica do capitalismo compreendido como fenômeno de contrarrevolução às lutas sociais anti-feudais. Tais significados reproduzem, sob a luz de uma conceituação aparentemente emancipatória, as imagens de exclusão e silenciamento presentes nos castigos mitológicos impostos sobre mulheres como Io, Eco e Filomela, e que repercutem nas políticas misóginas de texto e de linguagem vivenciadas contemporaneamente por mulheres na política.

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Publicado

31-01-2020

Como Citar

SATTLER, J. Políticas de golpe - sobre o poder de voz e o poder de silenciamento. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), [S. l.], v. 27, n. 52, p. 87–113, 2020. DOI: 10.21680/1983-2109.2020v27n52ID19668. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/19668. Acesso em: 7 nov. 2024.