Crenças justificadas não-inferencialmente e o mito do dado
Resumo
O objetivo deste artigo é apresentar uma explicaçáo de como a experiência perceptiva cumpre o seu papel de justificaçáo. A ideia é que a experiência perceptiva justifica náo-inferencialmente crenças empíricas, em uma acepçáo internalista da justificaçáo. Contra Sellars, quero poder dizer que S se baseia na sua experiência para crer que o mundo é assim e assim. Para discutir esta questáo, elegi a argumentaçáo de Brewer e McDowell. Ambos defendem que a experiência pode justificar crenças, desde que ela tenha um conteúdo conceitual. Mas defenderei que náo há essa necessidade. O conteúdo pode ser náo-conceitual e mesmo assim a experiência pode justificar crenças náo-inferencialmente. Tentarei explicar como isso é possível e, ao final, avaliarei a minha abordagem diante da acusaçáo de Sellars de que o empirismo assume uma tríade de teses inconsistentes. Reformularei estas teses em conformidade com a abordagem defendida e concluirei que a presente versáo do empirismo está isenta das críticas de Sellars.
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