Segunda natureza e justiça em Blaise Pascal

Autores

  • João Emiliano Fortaleza de Aquino

Resumo

O presente artigo pretende mostrar que o conceito de segunda natureza ocupa um lugar central no pensamento de Blaise Pascal, sendo o fundamento das suas reflexões políticas, dentre as quais emergem aquelas em torno do conceito de justiça. Para tanto, mostra como o conceito de segunda natureza, embora tenha sua origem em categorias teológicas, situa-se já no plano metafísico, de onde se impõe como fundamento da existência histórico-temporal do homem. Deste modo, o conceito de segunda natureza possibilita a Pascal pensar um conceito de justiça que, afastando-se do Direito Natural moderno, se apóia em bases históricas. No pensamento político pascaliano emergem, em primeiro plano, as concupiscências, a partir das quais se constituem a força, a imaginaçáo, os costumes e as leis, e, com elas, a distinçáo entre as grandezas de estabelecimento e as grandezas naturais. Com estas últimas categorias, Pascal transita de uma reflexáo genealógica da política, à qual se liga um conceito negativo de justiça, a uma reflexáo doutrinal, que possibilita um conceito positivo de justiça.

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Publicado

25-09-2010

Como Citar

AQUINO, J. E. F. de. Segunda natureza e justiça em Blaise Pascal. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), [S. l.], v. 14, n. 22, p. 145–165, 2010. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/475. Acesso em: 22 dez. 2024.